Tem uma história que eu gosto muito, não sei quem é o autor, mas seu conteúdo é tão forte e de tanto valor, que vale a pena ser repetida inúmeras vezes: Ela fala sobre um vendedor de balões e uma criança.
Num domingo de sol, na movimentada praça central da cidade, um senhor vestindo calça e camisa sociais surrados pelo tempo, usando um suspensório e sapato de amarrar, complementava sua vestimenta sem economia de seu constante sorriso.
Era um vendedor de balões infláveis. Carregava consigo um maço de balões coloridos, quando uma criança comprava, ele amarrava o balão em seu pulso para que a criança não o perdesse rapidamente.
Quando as vendas diminuíam, soltava um de seus balões.
Ao flutuar no ar, despertava a curiosidade das pessoas e reaquecia as vendas por mais algum tempo. Alternava as cores. Primeiro soltava um verde, depois um vermelho, em seguida um azul.
Passado algum tempo, um menino bastante mal tratado pela vida, com roubas sujas, assim como seu rostinho, puxou a manga da camisa do vendedor, olhou nos olhos dele e perguntou:
– Senhor, se soltasse um balão sem cor, um branco ou preto, subiria da mesma forma? O balão alcançaria o céu?
O vendedor entendeu claramente o motivo da pergunta e, com compreensão, afeto e sabedoria, abaixou-se na altura da criança, e olhando para os seus olhos, respondeu:
– Meu filho, o que faz subir o balão não é a beleza da sua cor, mas o que está dentro dele. E amarrou no pulso da criança um balão de gás vermelho, daqueles que chamam bastante atenção.
O menino saiu radiante com a explicação e com o seu balão no fino pulso que pedia um pouco de cuidado e comida.
Por que eu gosto tanto dessa história? Porque o vendedor de balões tem toda a razão…
Somos iguais àqueles balões coloridos nas mãos do homem sábio. O que nos faz subir, crescer, é o que temos dentro de nós. Pouco importa a nossa cor ou a nossa beleza. Tanto faz se somos altos, baixos, bonitos, feios, gordos ou magros.
O que importa é o que carregamos dentro de nós.
Se estivermos com sentimentos como raiva, mágoa, vingança, estaremos pesados demais para subir. Ao contrário da paixão, da alegria, da boa vontade, tão leves que podem nos levar para cima, nos fazer crescer.
Pense no seu interior como um balão de gás e preencha-o de bons pensamentos.
Agora solte-se e vá, cada vez mais alto, cada vez mais bonito.
Ellen Dastry, Jornalista, radialista e escritora, autora do blog www.conselhodevo.com.br