A esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune, que afeta o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). O sistema imunológico começa a atacar a bainha de mielina (camada de gordura que envolve as fibras nervosas na substância branca do cérebro e na medula espinhal), comprometendo a função do sistema nervoso. Quando esse caminho é prejudicado pelas lesões provocadas pela enfermidade, essas informações se espalham gerando diversos sintomas.
O que é Esclerose Múltipla?
A esclerose múltipla é uma doença crônica do sistema nervoso central que afeta principalmente jovens adultos. Ela é caracterizada por inflamação, desmielinização (perda da bainha de mielina que protege as fibras nervosas) e degeneração das fibras nervosas. A doença é imprevisível e varia em intensidade, com alguns indivíduos experimentando sintomas leves e outros tendo dificuldade em caminhar, comer e falar.
Sintomas da Esclerose Múltipla
Os sintomas da esclerose múltipla podem variar amplamente de pessoa para pessoa e podem incluir:
Sintomas Físicos
- Fadiga: A fadiga é um dos sintomas mais comuns da EM, afetando cerca de 80% das pessoas com a doença. Esta fadiga pode ser pior durante o dia e após atividades físicas.
- Problemas de mobilidade: A EM pode causar fraqueza muscular, rigidez e problemas de equilíbrio que podem dificultar a mobilidade.
- Problemas de visão: A inflamação do nervo óptico (neurite óptica) pode causar problemas de visão em pessoas com EM.
- Dor e espasmos musculares: A dor na EM pode ser aguda ou crônica e pode ser causada por danos nos nervos ou como resultado de outros sintomas da EM. Espasmos musculares involuntários e rigidez são causas comuns de dor relacionada à EM.
- Problemas de bexiga e intestino: Muitas pessoas com EM têm problemas de controle da bexiga e do intestino.
Sintomas Cognitivos e Emocionais
- Problemas cognitivos: Muitas pessoas com EM experimentam problemas com memória e pensamento. Isso pode incluir dificuldade em se concentrar, atenção reduzida e problemas para se organizar.
- Alterações emocionais: Viver com uma doença crônica e progressiva como a EM pode ter um impacto significativo na saúde emocional e no bem-estar. Isso pode incluir oscilações de humor, irritabilidade e tristeza persistente.
Como a Esclerose Múltipla Afeta o Corpo?
A EM afeta o corpo de várias maneiras. Além dos sintomas físicos e cognitivos mencionados acima, a EM também pode causar uma variedade de outrossintomas, incluindo:
- Dificuldade para articular a fala: A EM pode afetar os músculos que controlam a fala, levando a uma condição conhecida como disartria. Isso pode resultar em fala arrastada ou lenta.
- Dificuldade para engolir: A EM pode afetar os músculos que controlam a deglutição, levando a uma condição conhecida como disfagia. Isso pode tornar difícil engolir alimentos, líquidos e saliva.
- Disfunção sexual: A EM pode afetar a função sexual em homens e mulheres. Isso pode incluir problemas de libido, dificuldade em atingir o orgasmo e disfunção erétil nos homens.
Estágios da Esclerose Múltipla
A EM geralmente progride em estágios, embora a taxa e a severidade da progressão possam variar amplamente entre os indivíduos. Os estágios da EM incluem:
- Síndrome Clínica Isolada (SCI): Este é o primeiro episódio de sintomas causados pela inflamação e desmielinização no sistema nervoso central. No entanto, um diagnóstico de EM não pode ser feito a partir de um único episódio de sintomas.
- Esclerose Múltipla Recorrente-Remitente (EMRR): Este é o estágio mais comum da EM, caracterizado por surtos de novos ou piora dos sintomas, seguidos por períodos de recuperação parcial ou total.
- Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP): Após anos de EMRR, muitas pessoas passam para o estágio de EMSP, onde há uma progressão constante dos sintomas e incapacidades.
- Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP): Em cerca de 10-15% das pessoas com EM, a doença é progressiva desde o início, com pouca ou nenhuma recuperação entre os surtos de sintomas.
Tratamentos Disponíveis para a Esclerose Múltipla
Embora ainda não exista cura para a EM, há tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e a ocorrência dos surtos ao longo dos anos, contribuindo para a diminuição do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. Além do foco na doença, tratar os sintomas é muito importante para a qualidade de vida desses pacientes. Os medicamentos utilizados, bem como todo o tratamento, devem ser indicados e acompanhados pelo médico neurologista de forma individualizada.
Recomendações para Pessoas com Esclerose Múltipla
- Exercício físico: Embora não altere a evolução da doença, é importante manter a prática de exercícios físicos, pois eles ajudam a fortalecer os ossos, a melhorar o humor, a controlar o peso e contra sintomas como a fadiga.
- Fisioterapia: Quando os movimentos estão comprometidos, a fisioterapia ajuda a reformular o ato motor, dando ênfase à contração dos músculos ainda preservados. O tratamento fisioterápico associado a determinados remédios ajuda também a reeducar o controle dos esfíncteres (músculos que controlam a eliminação de fezes e urina).
- Repouso: Nas crises agudas da doença, é aconselhável que o paciente permaneça em repouso.
Conclusão
A esclerose múltipla é uma doença crônica e progressiva que pode ter um impacto significativo na vida de uma pessoa. No entanto, com o tratamento adequado e o apoio adequado, é possível gerenciar os sintomas e viver uma vida plena e produtiva. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando sintomas de EM, é importante procurar ajuda médica para um diagnóstico e tratamento adequados.
Referências
Este artigo foi baseado em informações obtidas de fontes confiáveis, incluindo Verywell Health e BVS Ministério da Saúde. Para mais informações sobre a esclerose múltipla, consulte um profissional de saúde ou uma organização de saúde confiável.
Se você quiser conhecer os direitos das pessoas com Esclerose Múltipla, acesse o nosso conteúdo na seção DIREITO.